O Prêmio
Dar espaço e valorizar o trabalho das mulheres que fazem a diferença no campo: com esses dois objetivos, nasceu em 2018 o Prêmio Mulheres do Agro. Idealizado pela Bayer em parceria com a Abag (Associação Brasileira do Agronegócio), o prêmio se consolidou como uma das principais iniciativas de reconhecimento de mulheres no campo.
Detalhes
Tema do Prêmio
ESG
Reconhecerá mulheres rurais que realizam uma gestão sustentável, com foco nos pilares de governança, social e ambiental, como: uso racional de recursos naturais, aumento da eficiência da produção com inovação e tecnologia, desenvolvimento social da comunidade ou colaboradores, bem-estar animal e valorização do capital humano.
CATEGORIA PRODUTORA RURAL
QUEM PODE PARTICIPAR?
A categoria produtora rural é destinada às proprietárias ou sócias de pequenas, médias ou grandes propriedades que, de alguma maneira, estejam à frente da gestão da propriedade em território nacional.
CATEGORIA CIÊNCIA E PESQUISA
QUEM PODE PARTICIPAR?
A categoria Ciência e Pesquisa é destinada às pesquisadoras atuantes em instituições de pesquisa, que desenvolveram projetos de pesquisa cujo tema se relaciona à sustentabilidade e ESG (pilares social, ambiental e governança) no agronegócio.
Reconhecimento
VENCEDORAS
Desde a primeira edição, em 2018, a premiação recebeu mais de 1100 inscrições e reconheceu 54 agropecuaristas de diferentes regiões do país e 1 pesquisadora. Hoje o prêmio é destinado às mulheres que se destacam à frente da gestão de propriedades agrícolas, sejam elas pequenas, médias ou grandes propriedades, e também para pesquisadoras do setor.
premiadas 2023
Grande propriedade
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1° lugar
Flavia Saldanha
2° lugar
Maíra Coscrato
3° lugar
Mariana Veloso
MÉDIA propriedade
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1° lugar
Ingrid Graziano
2° lugar
Claudia Araújo
3° lugar
Cláudia Sulzbach
Pequena Propriedade
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1° lugar
Ana Paula Curiacos
2° lugar
Rossana Aboud
3° lugar
Alessandra Barth
Vencedora Categoria Ciência e Pesquisa
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Vencedora
Patricia Monquero
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Flavia Saldanha
1º lugar – Grande Propriedade – 2023
Flavia Saldanha, 44 anos, de Jacarezinho, no Paraná (PR), é engenheira agrônoma e administra a Fazenda California desde 2004, com o auxílio de seu marido.
A produção é focada em café e grãos e se baseia 100% na adoção de práticas agrícolas conservacionistas, buscando pela máxima eficiência produtiva com a mitigação dos impactos ambientais e benfeitorias sociais.
Entre as práticas adotadas estão a conservação dos ecossistemas, a proteção da vida silvestre, o uso racional das fontes de energia, a conservação de recursos hídricos, e o manejo e conservação do solo. Quando a propriedade foi assumida por Flavia, em 2004, havia muito a ser feito, considerando problemas com o solo, plantações adensadas e pouco mecanizadas.
Diante deste cenário, a estratégia adotada foi a de implantar um sistema de produção sustentável de cafés especiais e de grãos, que, além da qualidade, trouxesse rentabilidade, visibilidade, valorização e reconhecimento no mercado. Todo esse trabalho resultou no aumento da produção e na obtenção de certificações de peso, como a Rainforest, além de prêmios nacionais e internacionais em concursos de qualidade de café.
O cuidado minucioso com o bem-estar dos funcionários ainda levou a fazenda a ganhar o selo Great Place to Work (GPTW). Ações de capacitação, campanhas de vacinação, auxílio às famílias, parcerias com planos de saúde e um ambiente de diálogo aberto entre todos, facilitando para uma convivência saudável e respeitoso, foram os fatores considerados na premiação.
Flavia também recebe mensalmente visitas de escolas do município para a realização de palestras e atividades lúdicas sobre educação ambiental, que se materializam em tarefas escolares que os alunos devem desenvolver ao longo do ano letivo.
Atualmente, dado o sucesso de seu produto e a aplicação assertiva de boas práticas agrícolas, a produtora obteve parcerias comerciais fundamentais para exportação com os Estados Unidos, Japão, Austrália e alguns países da Europa.
Maíra Coscrato
2º lugar – Grande Propriedade – 2023
Maíra Coscrato, 48 anos, é de Guaíra (SP), e está há nove anos à frente da Fazenda Santa Helena, ao lado de seu irmão, como produtora de soja, milho, sorgo e feijão.
Após 15 anos atuando como professora, Maíra entrou no processo de sucessão familiar com êxito, trazendo mudanças benéficas para o negócio.
Desde 2020, a fazenda faz parte do programa PRO Carbono, da Bayer, que tem como objetivo auxiliar produtores rurais a alcançarem maiores níveis de sequestro de carbono a partir de práticas sustentáveis. No caso de Maíra, ela é adepta a rotação de cultura e plantação de cobertura, utilizando aveia preta, centeio, nabo forrageiro, ervilhaca, milheto, trigo, entre outros. Desde sua chegada na gestão da Fazenda, a produtora viu seu entusiasmo e paixão pelo cultivo aumentarem.
Com isso, procurou aprofundar-se na busca por ferramentas que a auxiliassem a fazer um manejo mais sustentável e eficiente, além de apostar nos pilares de equilíbrio nutricional, biológico e físico do solo. Essa preocupação, aliada a utilização de outras práticas, como agricultura de precisão, uso de diagnóstico de eficiência, análise de solo e utilização de biológicos, foram responsáveis por proporcionar aumentos significativos de produtividade.
A Fazenda Santa Helena também é palco de visita de pesquisadores, professores e consultores parceiros.
Mariana Veloso
3º lugar – Grande Propriedade – 2023
Mariana Veloso, 44 anos, é de Carmo do Paranabaíba (MG) e, junto com seu pai e irmãos, gerencia a Veloso Coffee, especializada na produção de café, com quase 100% do que é produzido direcionado a exportação.
Com certificado Rainforest, comprovando que o ingrediente foi produzido utilizando métodos que apoiam os três pilares da sustentabilidade: social, econômico e ambiental, todo o café passa por rigorosos padrões de controle de qualidade para garantia de que o consumidor final terá acesso a um produto de alto nível.
Além disso, Mariana implementa soluções sustentáveis, pois tem uma meta de contribuir positivamente com o entorno, meio ambiente e sociedade. Como forma de investir em novas tecnologias, diversas pesquisas são feitas em parceria com instituições e empresas conceituadas, como Nespresso, Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e Universidade Federal de Viçosa (UFV).
A marca “Veloso Coffee” tem como base uma produção que utiliza plantas de cobertura, manejo biológico, composto orgânico, irrigação com sistema de gotejo e piscinões para armazenar água, além de uma usina fotovoltaica própria.
A fazenda também participa do Projeto Semear, em que refloresta com a comunidade e resgata animais para soltura, e do Programa de Educação Ambiental (PROGEA), levando crianças das escolas da região para a fazenda com o objetivo de mostrar de perto como é desenvolvida uma agricultura sustentável.
Ingrid Graziano
1º lugar – Média Propriedade – 2023
Ingrid Graziano, 31 anos, é de Formosa, em Goiás (GO). Engenheira Agrônoma formada pela ESALQ USP, há oito anos gerencia a Fazenda da Grota, propriedade de sua família desde 1993.
Uma produção de pecuária de corte, que atualmente está em transição, passando de um sistema de cria para um de melhoramento genético – ideia da própria Ingrid.
A estratégia foi a de aumentar a eficiência do negócio, e essa transição representa maior valor agregado ao produto. Pensando em sustentabilidade, todo o manejo agronômico e animal da fazenda busca a máxima integração do ecossistema, construindo um sistema produtivo e focado na saúde do solo. Para alcançar esses objetivos, foi adotado o uso de bioinsumos, culturas de cobertura e manejo holístico de pastagem, utilizando a pecuária como ferramenta para regenerar o ambiente e o solo.
Nesses oito anos que Ingrid está à frente do negócio, a capacidade de lotação da fazenda foi dobrada depois de reformas de estrutura, recuperação de pastagens e a construção de uma fábrica de ração. Para ela, no entanto, a mudança mais importante foi o investimento na capacitação dos funcionários, que atualmente também fazem parte das tomadas de decisão no dia a dia da fazenda. E pensando na comunidade, a fazenda, apoia os pequenos produtores da região, com a prestação gratuita de serviços como preparo de solo e aplicação de fertilizantes.
Além disso, Ingrid também visita essas produções para oferecer apoio com análises de solo e recomendações de manejo de pastagem e seleção genética.
Claudia Araújo
2º lugar – Média Propriedade – 2023
Claudia Araújo, 35 anos, é de Caicó, interior do Rio Grande do Norte (RN). Filha de pai produtor de queijos, decidiu seguir o legado e assumir o comando da Fazenda Alegre, transformando a, até então, tímida produção de leite e queijos em um negócio inovador e tecnológico.
A fazenda, que existe na família do marido de Claudia há quase um século, possui histórico de mulheres fortes em sua gestão: antes dela, era sua sogra que gerenciava tudo. A partir da gestão de Claudia, foi estruturado um plano de turismo rural, com o objetivo de trazer visitantes e proporcionar a experiência completa de queijos e produtos lácteos são produzidos em uma fazenda.
Sem renunciar aos moldes tradicionais desse trabalho artesanal e minucioso, Claudia busca levar mais da cultura potiguar Brasil afora: atualmente, os produtos são comercializados no Rio Grande do Norte e outros quatro estados. A preservação ambiental também é um dos principais cuidados que Claudia tem em sua propriedade: Cerca de 75% dos 241 hectares da fazenda são cobertos por vegetação nativa, garantindo a biodiversidade local.
Cláudia Sulzbach
3º lugar – Média Propriedade – 2023
Cláudia Sulzbach, 51 anos, é de Balsas, no Maranhão (MA). Produtora rural de grãos há vinte anos, Claudia assumiu recentemente 100% da gestão da Fazenda Laruna, onde produz soja, milho, feijão e sorgo.
A fim de tornar a fazenda um ambiente para além da produção, Claudia fez parcerias com universidades e instituições, para que, com isso, pudesse receber professores e estudantes que quisessem realizar estudos e experimentos no local. Além do turismo acadêmico, a produtora também recebe caravanas de estudantes de escolas e faculdades para entenderem como funciona o dia a dia na fazenda.
A sustentabilidade é um dos pilares de peso no negócio e práticas como manejo integrado de pragas, plantio direto, política de preservação ambiental, manutenção da biodiversidade, reaproveitamento de água e rotação de culturas, passaram a fazer parte do dia a dia da Fazenda Laruna após Claudia assumir inteiramente o comando do local. Atualmente, a produtora está implementando a integração lavoura-pecuária na propriedade, além da expansão da produção em área arrendada.
Ana Paula Curiacos
1º lugar – Pequena Propriedade – 2023
Ana Paula Curiacos é paulistana e sua fazenda fica na cidade de Monte Carmelo (MG). Proprietária e gestora da Fazenda Três Meninas, onde produz café especial em cerca de 54 hectares, Paula é responsável tanto pela gestão quanto pela comercialização do produto.
A fazenda tem 100% da sua área baseada no conceito de agricultura conservacionista, quando é feita a manutenção de cobertura permanente no solo, favorecendo a nutrição do café, a disponibilidade de água e a biodiversidade.
Ao lado de seu marido, a produtora, que também é zootecnista, comanda a fazenda desde 2016, e, por meio de estudos, parcerias com universidades e institutos de pesquisa, conseguiu adequar as práticas agrícolas com algumas mudanças, sendo a instalação de placas fotovoltaicas uma das principais.
Além disso, como resultado de outras adequações, Ana teve uma redução de 47% nos custos com fertilizantes e passou a ter um controle natural de pragas. Ao longo dos sete anos da Fazenda Três Meninas, mais de 11 mil árvores foram plantadas, o que trouxe mais espécies nativas e aumentou a presença de abelhas e outros polinizadores na propriedade e ao redor dela. Paula também tem uma vertente social forte na propriedade e busca receber pesquisadores e professores que sediam aulas, acompanham o manejo da produção e desenvolvem pesquisas na fazenda.
Só em 2022, foram mais de 2 mil pessoas impactadas a partir de ações do gênero. A produtora é reconhecida na região do cerrado como referência em sustentabilidade e empreendedorismo feminino.
Rossana Aboud
2º lugar – Pequena Propriedade – 2023
Rossana Aboud, 46 anos, é de Teresina, no Piauí (PI). Está à frente da Fazenda África desde sua fundação, em 2021. Advogada de formação, morou 12 anos fora do Brasil e, nesse período, empreendeu e investiu em diferentes áreas. Em 2020, voltou ao país com o objetivo de colocar em prática seu maior projeto: a Fazenda África, especializada em pecuária de corte.
Atualmente, são 120 animais nos 20 hectares da propriedade, que ficam em regime de confinamento e semiconfinamento. Também são produzidas cerca de 210 toneladas por mês de capim-elefante, para alimentação dos animais, e 1/4 desse montante é destinado para a silagem. Para Rossana, o bem-estar animal, a qualidade de vida dos seus funcionários e a junção de tecnologia com sustentabilidade são essenciais para um ambiente saudável e rentável.
Práticas como técnicas de conservação do solo, sistemas de irrigação integrados que resultam na conservação de água e energia, e adubação 100% orgânica promovem um sistema agrícola mais equilibrado e sustentável.
Os funcionários da Fazenda África também têm acesso a cursos, a fim de incentivá-los a ter um plano de carreira estruturado. Além disso, a dinâmica de tomada de decisões é feita em conjunto com seus colaboradores, o que contribui para um ambiente de trabalho mais agradável para todos.
No âmbito social, Rossana recebe alunos de escolas locais para demonstrar a importância da produção de alimentos de forma responsável e sustentável, com um tour explicativo por toda a fazenda.
Alessandra Barth,
3º lugar – Pequena Propriedade – 2023
Alessandra Barth, 40 anos, é de Ipiranga, no Paraná (PR). O Sítio São Jorge foi fundado em 1980 pelos seus pais e, em 2021, Alessandra assumiu o comando da produção de pecuária de leite, após uma carreira de mais de 15 anos como professora.
A paranaense nasceu e cresceu no meio rural, e, apesar de ter escolhido outra carreira, sempre sonhou em voltar para o campo. Uma das principais mudanças feitas por ela ao assumir o comando da propriedade foi a adesão de ferramentas tecnológicas, como a utilização de software para controle financeiro e zootécnico e inseminação artificial para melhorias genética, genotipagem de animais e rígido controle de qualidade do leite.
Além disso, a produtora visa o bem-estar animal, pois as vacas recebem um suporte periódico com médicos veterinários e contam com um acompanhamento nutricional. Pensando em maior qualificação profissional, todos os funcionários do sítio passam por cursos de capacitação em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR). Produzir mais com menos também é um dos principais objetivos da Alessandra.
A produtora busca otimizar o uso de recursos naturais para que, assim, consiga corroborar para a diminuição do impacto ambiental de sua produção.
Para isso, são feitas análises de solo constantes, plantio direto e adubação orgânica com o reuso de dejetos animais como fertilizante. A energia solar também é utilizada no sítio, que tem áreas permanentes de preservação para manter a biodiversidade local.
A propriedade também abre as porteiras para a realização de cursos gratuitos relacionados ao setor pecuário, e a comunidade local é sempre convidada e incentivada a participar.
Patricia Monquero
Vencedora Categoria Ciência e Pesquisa
Patricia Monquero é paulista nascida em Americana, tem 50 anos e é engenheira agrônoma formada pela ESALQ/USP, com mestrado e doutorado na área de Fitotecnia. Iniciou as atividades como docente e pesquisadora na Universidade Federal de São Carlos em 2006, e em 2009 criou o grupo de pesquisa em ciências agrarias (GECA) voltado para a área de manejo de plantas daninhas e impacto dos pesticidas no ambiente.
O GECA conta com cerca de 100 ex-alunos do curso de Engenharia agronômica (atualmente 12 membros), muitos deles, atuando dentro da área de ciência das plantas daninhas e em sustentabilidade tanto em empresas privadas como em universidades.
Até o momento, já foram publicados mais de 100 trabalhos em revistas, além de resumos e apresentações com o tema manejo sustentável de plantas daninhas. Foi vice-presidente por duas vezes e presidente da Sociedade Brasileira de Ciência das Plantas Daninhas (SBCPD), sendo a primeira e única mulher a exercer este cargo até o momento. A SBCPD é uma entidade criada em 1963 com o intuito de fomentar a pesquisa, ensino e extensão dentro da área.
Durante este período, Patricia organizou 3 livros pela SBCPD: Aspectos da biologia e manejo das plantas daninhas, Manejo integrado de plantas daninhas nas culturas agrícolas e Experimentação com herbicidas. Em 2022 durante o Congresso Brasileiro de Ciência das Plantas Daninhas, recebeu uma homenagem da SBCPD como destaque em educação na área de Ciência das Plantas Daninhas.
Atualmente, também desenvolve trabalhos com alunos de graduação e pós-graduação nas linhas de pesquisa: Uso de sistemas agroflorestais (SAF) e controle de plantas daninhas na restauração florestal.