As ganhadoras do Prêmio Mulheres do Agro da Bayer e Abag em visita à Embrapa Meio Ambiente
A Embrapa Meio Ambiente recebeu na quarta-feira (7) algumas vencedoras do prêmio Mulheres do Agro, idealizado pela Bayer em parceria com a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag). A premiação ocorreu durante o 7º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA), realizado em São Paulo no mês de outubro. Ao todo, nove produtoras rurais foram homenageadas nas categorias pequena, média e grande propriedades.
Como parte do prêmio, as vencedoras ganharam a oportunidade de fazer algumas visitas técnicas em instituições de relevância na área de ciência e inovação do agro, contexto no qual se insere a ida à Embrapa Meio Ambiente.
As produtoras foram recepcionadas por Paula Packer, chefe-geral, Cristiano Menezes, chefe-adjunto de P&D, e Janaína Tanure, chefe-adjunta de TT. Paula falou sobre como a Unidade trabalha transversalmente com o tema agricultura e meio ambiente, contribuindo com políticas públicas e pesquisas em temas primordiais como mudanças climáticas, controle biológico e sequestro de carbono, por exemplo.
Participaram dessa conversa com as produtoras as pesquisadoras Nilza Patricia Ramos e Katia Nechet, da Embrapa Meio Ambiente, e Vera Maria Gouveia, da Embrapa Cocais. Elas falaram sobre suas experiências de vida e caminhada profissional como mulheres atuantes na área de pesquisa no agro, e de como é importante formar redes de fortalecimento e empoderamento feminino.
O grupo também conheceu a Coleção de Microrganismos de Importância Agrícola e Ambiental, apresentada pela analista Juliane Koba. A coleçao contém dezenas de milhares de isolados de fungos, bactérias, leveduras, arqueias e actinobactérias.
Outra área de pesquisa apresentada foi a meliponicultura. As produtoras conheceram a diversidade biológica das abelhas nativas brasileiras e sua importância na polinização de algumas culturas. O pesquisador Cristiano Menezes destacou o crescimento da preservação dessas abelhas, por meio de sua inserção nos sistemas produtivos de diferentes culturas. Uma pequena amostra de méis de diversas espécies foi servida para degustação.
Janaina Tanure, chefe-adjunta de TT, falou também sobre o AgNest. Hub de inovação no formato farm lab coordenado pela Embrapa Meio Ambiente, em parceria com a Embrapa Agricultura Digital e as empresas Bayer, BB, Jacto e Nutrien, o AgNest é voltado ao fomento da inovação e empreendedorismo no agro. Ao final da visita, as produtoras puderam conhecer a área em que está localizado o hub, em visita guiada pelo técnico Henrique Vieira
Márcia Kafensztok, uma das ganhadoras do prêmio e responsável por uma fazenda de criação de moluscos, no Rio Grande do Norte, disse que “o prêmio é muito importante pelo reconhecimento do nosso trabalho e também para poder conhecer as pesquisas sustentáveis da Embrapa, o que muito nos motiva”. Sua fazenda é a primeira de aquicultura orgânica certificada no Brasil, e também possui um laboratório de criação de ostras nativas, onde reproduz as sementes das ostras.
Para Clarissa Weber, produtora de grãos, cevada e leite, no centro do Paraná, os pilares da sustentabilidade – social, ambiental e econômica – foram primordiais para sua propriedade ser reconhecida. “Conhecer outras mulheres que trabalham como nós, saber de experiências delas e da Embrapa nos faz querer continuar com nosso trabalho”, enfatiza.
Sobre o Mulheres do Agro
O prêmio é uma iniciativa idealizada em 2018 pela Abag e a Bayer, para valorizar a importância do trabalho realizado pelas produtoras rurais, incentivando cada vez mais a gestão inovadora de mulheres no setor. O prêmio tem como tema “gestão inovadora” e reconhece empreendedoras rurais de pequenas, médias e grandes propriedades que seguem boas práticas agropecuárias e gestão sustentável com foco nos pilares econômico, social e ambiental como: uso racional de recursos naturais, aumento da eficiência da produção com gestão inovadora, projetos que permitam o desenvolvimento social da comunidade ou colaboradores da propriedade, bem-estar animal e valorização do capital humano.
Mais informações sobre o Prêmio Mulheres do Agro podem ser obtidas em: www.agro.bayer.com.br/nossa-bayer/release-premio-mulheres-do-agro
Texto e Foto: Cristina Tordin (MTb 28.499/SP) – Embrapa Meio Ambiente Fonte: Embrapa
A cafeicultora Mariana Heitor, vencedora do Prêmio Mulheres do Agro, criou uma iniciativa para crianças conhecerem áreas recuperadas com floresta
Como incluir as crianças na agenda de sustentabilidade das fazendas? A cafeicultora Mariana Heitor, vencedora do Prêmio Mulheres do Agro, criou uma iniciativa para que elas conheçam áreas recuperadas com floresta na Fazenda Reserva Heitor. Com o objetivo de conscientizar as futuras gerações, a agricultora recebe anualmente 120 crianças para palestras e passeios pelas trilhas nas reservas e plantios do local. Ela falou sobre o assunto durante o 7º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio, realizado em São Paulo (SP).
A premiação, idealizada pela Bayer em parceria com a Abag, ocorreu durante o segundo dia do 7º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio
Foco em sustentabilidade e investimento em pesquisa e inovação no campo foram os diferenciais da produtora Helga Paiva, vencedora da quinta edição do Prêmio Mulheres do Agro, na categoria Grande Propriedade.
Na gestão da Fazenda Terra Nova, em Ibiá, Minas Gerais (MG), a agricultora destina mais de 5.000 hectares para soja, milho, produção de sementes e pecuária bovina, com a intensificação de práticas agronômicas sustentáveis e o sequestro de carbono no solo.
A premiação, idealizada pela Bayer em parceria com a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), ocorreu durante o segundo dia do 7º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA) e reconheceu, ao todo, nove produtoras rurais nas categorias: pequena, média e grande propriedade.
Fundadora da fazenda, junto de seu irmão, Helga busca melhorar a sua produção, por meio de testes e diferentes práticas de manejo na lavoura, como o uso de rotação de cultura, plantio de cobertura e agricultura de precisão.
“Estou sempre estudando para aperfeiçoar nossa eficiência produtiva e otimizar os recursos naturais da propriedade. Na fazenda, disponibilizamos áreas para o desenvolvimento de pesquisa para contribuir para uma agropecuária mais sustentável, por meio de parcerias com instituições privadas, tanto multinacionais, quanto empresas regionais, além da Embrapa e universidades”, conta.
Com inovação atrelada à sustentabilidade no campo, Helga adotou um sistema de geração própria de energia solar fotovoltaica e passou a utilizar um método para recolher e reutilizar a água da chuva.
Além disso, a produtora também participa do programa PRO Carbono, iniciativa da Bayer voltada para agricultores dispostos a ampliar seu potencial produtivo e aumentar o sequestro de carbono no solo, a partir da intensificação de práticas agronômicas sustentáveis.
O primeiro lugar na categoria média propriedade também veio de Minas Gerais. A cafeicultora Mariana Heitor, assim como Helga, tem em sua produção a sustentabilidade e o uso de tecnologias como principais pilares para alavancar a produtividade e a qualidade do seu produto.
À frente da Fazenda Reserva Heitor, a produtora chega a produzir, em média, 6 mil sacas de café por safra, em 150 hectares. “Deixamos de usar adubos químicos e esse foi um dos principais fatores que contribuiu para que fôssemos classificados como carbono neutro”, diz Mariana. Hoje o adubo utilizado pela produtora é totalmente orgânico, feito com resíduos próprios e dos vizinhos.
Na gestão de Mariana, a produção de café da Fazenda Reserva Heitor, fundada por seus pais há 28 anos, é reconhecida tanto no Brasil quanto em outros países: além de ter clientes renomados do setor como Starbucks, Nescafé e Nespresso, a produtora já exportou para países como Reino Unido, Japão, Austrália e Grécia. A cafeicultora, que morava em São Paulo, se mudou para Minas Gerais em 2009 para iniciar o processo de sucessão familiar.
Um outro diferencial da gestão de Mariana é a preocupação com o desenvolvimento de seus colaboradores. “Temos uma consultoria de treinamento voltada para o aperfeiçoamento de habilidades de liderança, pertencimento e inteligência emocional”, explica.
Além disso, com o objetivo de conscientizar as futuras gerações para que tenham uma maior preocupação com a sustentabilidade, a agricultora recebe anualmente 120 crianças para palestras e passeios pelas trilhas nas reservas e plantios do local.
A produção de café sustentável e de baixo carbono também foi primeiro lugar, na categoria pequena propriedade. Juliana Rezende, à frente da Fazenda Santa Bárbara, localizada em Monte Carmelo, Minas Gerais, desde 2015, se formou em farmácia, mas foi na cafeicultura que se encontrou. Um de seus maiores desafios ao assumir a propriedade foi conhecer o cultivo, entender que tipo de bebida a fazenda produzia e as exigências do mercado.
Hoje, a Fazenda Santa Bárbara produz 1.500 sacas de café por safra e possui uma meta de 3 mil até 2024. A produtora conta que, com a ajuda de seus colaboradores, diversos projetos com foco em um manejo mais sustentável foram criados.
Entre eles estão o River Friends, que visa o uso inteligente da água, o Love Bee, que multiplica a produção de abelhas nativas, e o Árvores Café, para medir a pegada de carbono do local.
“Nosso maior desafio foi encontrar parceiros que acreditassem em nossos projetos. Temos uma grande preocupação não somente em aplicar práticas sustentáveis em nossa fazenda, mas também na região como um todo. Além dos projetos já mencionados, mapeamos a fauna local com câmeras a fim de melhorar o ecossistema dos animais residentes e visitantes da propriedade”, lembra Juliana.
Recorde de inscrições – Em 2022, o Prêmio Mulheres do Agro completa 5 anos com um recorde no número de inscrições desde sua primeira edição, totalizando 210 mulheres inscritas, um aumento de 53% em relação a 2021.
Desde que foi criado, em 2018, mais de 900 mulheres já contaram suas histórias por meio da iniciativa, que reconheceu o trabalho de 45 agricultoras e pecuaristas de várias regiões do Brasil.
Isabela Fagundes, Especialista de Comunicação Corporativa da Bayer no Brasil, conta que a importância do Prêmio Mulheres do Agro está em reconhecer e amplificar o trabalho liderado pelas produtoras rurais.
“Há cinco anos, histórias de impacto e força, com foco em sustentabilidade e inovação, tomaram conta do meio rural e deram voz ao papel feminino no agro. Cada inscrição tem uma trajetória inspiradora e que mostra o quanto as mulheres fazem a diferença no agronegócio brasileiro”, reforça.
Para Gislaine Balbinot, diretora executiva da Abag, a premiação reflete a relevância do trabalho realizado pelas produtoras rurais para o engrandecimento e posicionamento do agronegócio brasileiro em âmbito global.
“Por isso, a cada edição recebemos um número maior de mulheres inscritas. Elas têm um papel relevante para nosso setor, que atualmente tem o desafio de contribuir fortemente para diminuir a insegurança alimentar no mundo. Esse reconhecimento é uma maneira de homenagear cada mulher que atua no campo, na agroindústria, na pesquisa agropecuária e na universidade”, destaca.
Conheça as vencedoras do Prêmio Mulheres do Agro 2022
Grande propriedade 1º lugar — Helga França de Paiva, Ibiá (MG) 2º lugar — Mariza Stuani de Almeida, Formosa (GO) 3º lugar — Andréia Cervo Stefanello, Campo Novo do Parecis (MT)
Média propriedade 1º lugar — Mariana Heitor, Patos de Minas (MG) 2º lugar — Teresa Márcia Morais, Barretos (SP) 3º lugar — Marli Scheifer, Ipiranga (PR)
Pequena propriedade 1º lugar — Juliana Rezende Mello, Monte Carmelo (MG) 2º lugar — Rayssa de Queiroz, João Pessoa (PB) 3º lugar — Christiane Morais, Barretos (SP)
Toda história merece ser contada. É por acreditar nisso que o Prêmio das Mulheres do Agronegócio chega à 4ª edição e começa a receber inscrições a partir desta segunda-feira, 8 de março, Dia Internacional da Mulher. A nova edição da premiação foi anunciada durante live da influenciadora Rafa Brites, transmitida pelo Instagram dela e também no Youtube e Facebook da Revista Globo Rural.
Rafa conversou com as produtoras rurais Michele Rabelo Morais, Flávia Montans, Simoni Tessaro e Simone Dameto. Além de agricultoras, as convidadas da transmissão virtual também são as novas embaixadoras do Prêmio, e dividiram com o público um pouco das trajetórias, que incluem desafios, persistência e vitórias.
Histórias
Após uma sucessão familiar inesperada, Michele se viu no impasse de manter a empresa, tocada, anteriormente, pelo pai em Pato de Minas (MG), em equilíbrio entre produção e saúde financeira. “Para mim foi um grande presente estar a frente dos negócios, de ser uma mulher nova, tendo que enfrentar alguns preconceitos, mas abraçando isso com muito orgulho”. Orgulhosa, ela conta que a Fazenda CBM, leva as iniciais dela e de suas irmãs: Cintia e Bianca.
A história de Flávia Montans começa na região paranaense de Procópio Ferreira, mas foi em Rio Verde (GO) que ela se viu desafiada a tocar o negócio da família, inclusive por ser bisneta, neta e filha de agricultores. “De repente eu virei a chefe de família, tive que assumir a propriedade e tenho muito orgulho disso”, conta, ao se lembrar que precisou abandonar família e amigos no Paraná, mas que o esforço foi recompensado.
Durante a live, Flávia enalteceu o trabalho dos agricultores aliado à sustentabilidade. “Não tem como falar do agronegócio sem falar de sustentabilidade”, e fez questão de mencionar práticas adotadas em sua propriedade, como o plantio direto, uso de fertilizantes biológicos, adoção consciente de defensivos agrícolas, entre outras medidas. “Além de todo o agricultor ter o mínimo de 20% de reserva legal”, reforçou.
Outro exemplo de equilíbrio ambiental, social e econômico foi citado pela engenheira agrônoma e influenciadora Simone Dameto, de Goiânia (GO). Ela conta que, ao cultivar girassol para produção do óleo, tem uma parceria com apicultores durante a florada, a fim de contribuir com a polinização e a produção do mel de abelha.
“A mulher tem sensibilidade e costuma ser mais atenta à inovação. Por isso, dá para produzir e dá para preservar ao mesmo tempo”, defende.
No Sítio Santa Mônica, em Serranópolis do Iguaçu (PR), a líder cooperativista Simoni Tessaro lembra que assumiu a propriedade com a mãe e a irmã, ainda com 12 anos de idade. Defensora da produção segura e em grande escala, Simoni afirma que é possível garantir a alimentação para as próximas gerações e ao mesmo tempo manter preservação.
“Tem muitas práticas que às vezes fazemos e não são enxergadas, como a compostagem que fazemos e depois usamos nas nossas lavouras. Sou apaixonada pelo agro e pelas boas práticas, isso é possível”, diz.
Rafa Brites, que, recentemente, adquiriu uma propriedade rural de 120 mil m², disse que deseja ter dicas de plantio e administração no campo com as embaixadoras. “Devemos valorizar a sabedoria do solo, da cultura, do plantio, e a alimentação é a base de tudo. É muito importante valorizar o trabalho que as mulheres fazem com tanta dedicação”.
As outras embaixadoras do Prêmio Mulheres do Agro 2021 são: Tatiele Dalfior Ferreira (Governador Lindenberg, Espírito Santo); Mara Motter (Três Arroios, Rio Grande do Sul); Clarisse Liana Weber Volski (Pitanga, Paraná); Kamila Laida Guimaraes Aguiar (Rio Verde, Goiás); Luciana Dalmagro (Batatais, São Paulo) e Aretuza Negri (Piracicaba, São Paulo).
Inscreva-se
A premiação, idealizada pela Bayer, em parceria com a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) e apoio da Revista Globo Rural, promove a valorização de produtoras rurais brasileiras que fazem a diferença no campo, se destacando à frente de propriedades de pequeno, médio e grande porte por suas gestões inovadoras e sustentáveis.
Para se inscrever, acesse www.premiomulheresdoagro.com.br até o dia 20 de agosto. As vencedoras serão reveladas durante o 6º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio, que terá formato digital em 2021, entre 25 e 27 de outubro. Desde a primeira edição, mais de 550 produtoras já se inscreveram na iniciativa, que premiou 27 delas de várias regiões do Brasil.
Perdeu a live e quer conferir? Assista abaixo na íntegra:
Mulheres assumem o comando de propriedades produtivas no campo No comando de quase 1 milhão de fazendas no país, elas brilham na gestão dos negócios agrícolas, mas o preconceito ainda resiste