Nove produtoras rurais que se destacam pela excelência em gestão inovadora e sustentável foram reconhecidas pela premiação nas categorias: pequena, média e grande propriedade
A gestão inovadora e o investimento em agricultura regenerativa foram os destaques do case da Erika Urban, vencedora da 4ª edição do Prêmio Mulheres do Agro, na categoria grande propriedade. A produtora, junto com sua família, coordena as 10 unidades produtivas do Grupo Farroupilha, que produzem algodão, soja, milho, pecuária bovina e sementes e cafés especiais, no município de Patos de Minas e outros cinco da Região do Cerrado Mineiro (MG). A premiação, idealizada pela Bayer, em parceria com a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), ocorreu durante o segundo dia do 6º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA) e reconheceu nove produtoras rurais, de pequenas, médias e grandes propriedades, por suas práticas sustentáveis no campo.
Com investimento em agricultura de precisão e ações de responsabilidade socioambientais, Erika tem desenvolvido diferentes formas de gestão colaborativa e de processos de baixo impacto em recursos naturais em suas fazendas, como: o reaproveitamento de água, manejo integrado de pragas, plantio direto, compostagem e manejo de resíduos. “Inovação e tecnologia sempre foram dois pontos fortes no Grupo Farroupilha, desde o início dos nossos trabalhos. Nos dois últimos anos nosso investimento nesta área cresceu muito e hoje temos um time técnico que analisa os resultados obtidos por meio de nossas ferramentas de dados e nos passam. Desta forma, conseguimos ter uma tomada de decisão muito mais assertiva”, conta Urban.
Por meio do projeto Renova Farroupilha, a produtora coordena iniciativas no Grupo focadas em quatro pilares: manejo responsável e consciente do solo; preservação e recuperação de recursos hídricos; preservação e recuperação de fauna e flora; e desenvolvimento social. O Sementes do Saber é um dos programas, que propõe a elevação escolar para funcionários que não concluíram as etapas básicas de ensino, além do Projeto João e Maria, voltado para crianças e adolescentes, entre 8 e 16 anos, com o objetivo de dar incentivo para aulas técnicas de áreas relacionadas ao agro para desenvolver jovens talentos para o setor.
“Entendemos que só é possível alcançar bons resultados em produtividade no campo, investindo em pessoas. Diante disso, criamos o Renova Farroupilha, que já impactou diretamente mais de 2.000 famílias. Com as ações do projeto, conseguimos garantir que nossa produção respeite o meio ambientes, aos nossos colaboradores e as comunidades da região”, comenta Erika.
Apostar em um diferencial tecnológico também foi o foco da gestão da Liliane Queiroz, vencedora da categoria Média Propriedade do Prêmio Mulheres do Agro este ano. Mineira da cidade de Unaí (MG), a produtora começou a produzir apenas grãos na fazenda (soja, milho, feijão e sorgo), porém, após a implantação de armazéns e silos, passou a investir na pecuária de corte, realizando a reprodução, recria e engorda de bovinos (machos e fêmeas). Hoje, Liliane coordena a operação estratégica e tática da Fazenda Primavera, fundada por seu sogro há 37 anos. “Toda a minha família é do agro e não poderia ser diferente comigo”, diz.
Dona da marca “Dama do Agro”, a produtora é bicampeã no Circuito Nelore de Qualidade, iniciativa da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil, e chama atenção na produção de grãos pela alta qualidade e armazenamento, realizados na própria fazenda, que é respaldada por um alto suporte tecnológico. Na agricultura, Liliane investe em usina solar, máquinas de última geração e aparelhos que lhe permitem uma melhor tomada de decisão por meio da agricultura de precisão. Já na pecuária, realiza a integração lavoura pecuária (ILP) e, entre outros aparatos inovadores, a produtora conta com monitoramento de adubo nas plantadeiras, que funciona via bluetooth.
Ciente da baixa representatividade feminina no setor, Liliane afirma que, atualmente, o cenário está mudando. “Vejo pelo meu exemplo que cada vez mais estamos ganhando espaço no agro, principalmente pelo diferencial do nosso trabalho no campo. Sem dúvida, hoje temos mais voz no setor e assumimos o protagonismo de nossos negócios”, completa a produtora.
E de gestão inovadora Márcia Kafensztok também entende bem. Vencedora da categoria Pequena Propriedade, da 4ª edição do Prêmio Mulheres do Agro, a produtora está no comando da Primar Aquacultura, em Tibau do Sul (RN), primeira fazenda de aquacultura orgânica certificada do Brasil, que produz camarões e ostras nativas. Formada em design gráfico, Márcia se destaca em sua propriedade pela promoção de práticas de manejo de baixo impacto ecológico.
A fazenda se dedica a apoiar pesquisas com organismos aquáticos estuarinos, tendo convênio firmado com mais de 17 universidades federais e um convênio com a Comunidade Europeia, iniciada em 2019, que recebe estudantes e residentes na propriedade. O objetivo de Marcia é transformar a Primar em um Instituto de Pesquisa em Aquacultura Estuarina. “Fazer isso dá sentido à minha vida. Manter a fazenda como somente uma propriedade de cultivo de camarões e ostras não tem tanto significado para mim, mas voltá-la para um local de conhecimento, desenvolvimento de pesquisas e estudos, aí sim, isto é transformador e inovador. Foi a forma que encontrei de perpetuar o trabalho da Primar”, reforça Kafensztok.
De acordo com Gislaine Balbinot, gerente de Comunicação da Abag, é uma honra fazer parte do Prêmio Mulheres do Agro. “Com a premiação temos a oportunidade de conhecer histórias de luta, superação e de muito trabalho de produtoras rurais que merecem todo o nosso respeito e admiração. Queremos, ano após ano, inspirar mais mulheres a se sentirem à vontade para contarem e escreverem suas histórias conosco”, finaliza.
A cada edição, novas histórias inspiradoras
O interesse das produtoras rurais em contarem suas histórias pode ser notado ao longo dos anos: desde que o Prêmio Mulheres do Agro foi criado, em 2018, aproximadamente 700 mulheres se inscreveram na iniciativa, que reconheceu o trabalho de 36 agricultoras e pecuaristas de várias regiões do Brasil até então.
“Na Bayer, acreditamos que a inclusão e a diversidade são fundamentais para a resolução de problemas e para a inovação no campo, uma vez que diferentes perspectivas e visões podem contribuir para produções mais sustentáveis e rentáveis. Por essa razão, assumimos, como nossa missão coletiva, a promoção de uma agropecuária mais diversa e inclusiva”, diz Daniela Barros, Diretora de Comunicação Corporativa da Divisão Agrícola da Bayer no Brasil.
As empreendedoras rurais que se classificaram no 4º Prêmio Mulheres do Agro foram protagonistas em suas regiões (Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul) por suas gestões inovadoras que vão desde pecuária e aquacultura a grãos de soja, milho, trigo, café e cana de açúcar.
Conheça as vencedoras:
Pequena Propriedade:
1°- Marcia Kafensztok (Tibau do Sul, Rio Grande do Norte)
2°- Laura Moura Montans (Batatais, São Paulo)
3° – Iala Gomes dos Santos (Monte Carmelo, Minas Gerais)
Média Propriedade:
1°- Liliane Caramóri (Unaí, Minas Gerais)
2°- Eleonora Maria Monnerat Erthal (Bom Jardim, Rio de Janeiro)
3°- Fabíola Magalhães (Rio Verde, Goiás)
Grande Propriedade:
1° – Erika Marina Urban (Patos de Minas, Minas Gerais)
2° – Tabata Stock (Guarapuava, Paraná)
3° – Ida Beatriz Machado (Cáceres, Mato Grosso)
Sobre o Prêmio Mulheres do Agro
O Prêmio Mulheres do Agro é uma iniciativa idealizada, em 2018, pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e pela Bayer, para valorizar a importância do trabalho realizado pelas produtoras rurais, incentivando cada vez mais a gestão inovadora de mulheres no setor. O prêmio tem como tema Gestão Inovadora e reconhece empreendedoras rurais de pequenas, médias e grandes propriedades que seguem boas práticas agropecuárias e gestão sustentável com foco nos pilares econômico, social e ambiental como: uso racional de recursos naturais, aumento da eficiência da produção com gestão inovadora, projetos que permitam o desenvolvimento social da comunidade ou colaboradores da propriedade, bem-estar animal e valorização do capital humano.
Fonte: Portal do Agronegócio