O Prêmio
Dar espaço e valorizar o trabalho das mulheres que fazem a diferença no campo: com esses dois objetivos, nasceu em 2018 o Prêmio Mulheres do Agro. Idealizado pela Bayer em parceria com a Abag (Associação Brasileira do Agronegócio), o prêmio se consolidou como uma das principais iniciativas de reconhecimento de mulheres no campo.
Detalhes
Tema do Prêmio
ESG
Reconhecerá mulheres rurais que realizam uma gestão sustentável, com foco nos pilares de governança, social e ambiental, como: uso racional de recursos naturais, aumento da eficiência da produção com inovação e tecnologia, desenvolvimento social da comunidade ou colaboradores, bem-estar animal e valorização do capital humano.
CATEGORIA PRODUTORA RURAL
QUEM PODE PARTICIPAR?
A categoria produtora rural é destinada às proprietárias ou sócias de pequenas, médias ou grandes propriedades que, de alguma maneira, estejam à frente da gestão da propriedade em território nacional.
CATEGORIA CIÊNCIA E PESQUISA
QUEM PODE PARTICIPAR?
A categoria Ciência e Pesquisa é destinada às pesquisadoras atuantes em instituições de pesquisa, que desenvolveram projetos de pesquisa cujo tema se relaciona à sustentabilidade e ESG (pilares social, ambiental e governança) no agronegócio.
Reconhecimento
VENCEDORAS
Desde a primeira edição, em 2018, a premiação recebeu mais de 1100 inscrições e reconheceu 54 agropecuaristas de diferentes regiões do país e 1 pesquisadora. Hoje o prêmio é destinado às mulheres que se destacam à frente da gestão de propriedades agrícolas, sejam elas pequenas, médias ou grandes propriedades, e também para pesquisadoras do setor.
premiadas 2024
Grande propriedade
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1° lugar
Vanessa Bomm
2° lugar
Mariana Abdalla Granelli
3° lugar
Lisiane Rocha Czech
MÉDIA propriedade
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1° lugar
Luíza Oliveira Macedo
2° lugar
Maria Lucia Ferreira Lavrins Bessa
3° lugar
Caroline Ragagnin Basso Roza
Pequena Propriedade
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1º lugar
Gabi Rodrigues
2° lugar
Paula Dias
3° lugar
Simone Sillotti
Vencedora Categoria Ciência e Pesquisa
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Vencedora
Danielle Pereira Baliza
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notícias
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Vanessa Bomm
1º lugar – Grande Propriedade – 2024
Vanessa Bomm, de Palotina, região oeste do Paraná, é gestora e sócia proprietária da Fazenda Mareva, localizada em Terra Roxa (PR).
Arquiteta de formação, ela assumiu a liderança da fazenda há sete anos, quando decidiu dar continuidade ao legado familiar iniciado há mais de 70 anos, pelos seus avós e pais.
Desde então, sua jornada no agronegócio tem sido marcada pela adoção de práticas sustentáveis e regenerativas, culminando na sua participação como Embaixadora do PRO Carbono, projeto que busca a redução de emissões de gases de efeito estufa e a regeneração do solo.
A Fazenda Mareva se destaca pela produção de grãos como soja, milho e trigo, utilizando sistemas integrados de manejo sustentável. Vanessa implementou práticas de agricultura regenerativa, intensificando o uso de plantas e mix de cobertura no plantio direto e rotação de culturas, além do uso de cultivos de cobertura em 100% da área da fazenda, neste último ano.
A busca constante por inovações tecnológicas com o uso de biológicos, agricultura de precisão e o monitoramento digital das operações tem permitido aumentar a produtividade e a resiliência da propriedade, mesmo em cenários adversos, nos talhões mais trabalhados.
Comprometida com o desenvolvimento humano e social, Vanessa valoriza seus colaboradores por meio de capacitações, bonificações e infraestrutura de qualidade. Além disso, promove ações sociais voltadas à comunidade local, com o apoio a eventos religiosos e apoio a atividades esportivas, fortalecendo o vínculo entre a fazenda e a região.
Com uma gestão focada em sustentabilidade, Vanessa e família, estão construindo um legado que alia produtividade, resiliência , preservação ambiental e qualidade de vida para as futuras gerações.
Mariana Abdalla Granelli
2º lugar – Grande Propriedade – 2024
Mariana Abdalla Granelli, de 29 anos, é gestora da Fazenda São Benedito, localizada em Charqueada (SP), com uma tradição familiar de mais de 50 anos no cultivo de cana-de-açúcar.
Atualmente, a propriedade produz etanol, cachaça, açúcar VHP, açúcar mascavo, açúcar demerara, xarope e melaço de cana, além de aproveitar os subprodutos da cana, como a biomassa e a torta de filtro. Sob sua liderança, a fazenda implementou importantes iniciativas ambientais e sociais, consolidando-se como um modelo em práticas ESG (ambiental, social e governança).
Entre as ações ambientais, Mariana promove práticas ligadas a agricultura regenerativa, compostagem e rotação de culturas, além do reaproveitamento de resíduos. A fazenda também utiliza energia proveniente do bagaço de cana e segue rigorosamente normas de logística reversa de embalagens, tornando-se um ponto de recolhimento para pequenos produtores. Além disso, a rastreabilidade de seus produtos, em parceria com a Embrapa, através de blockchain, garante qualidade e segurança alimentar.
No aspecto social, Mariana prioriza a capacitação dos funcionários, com programas de reciclagem e cursos, além de promover a inclusão e diversidade no ambiente de trabalho.
A propriedade apoia diversas instituições locais e realiza ações voltadas ao bem-estar dos colaboradores e suas famílias, como patrocínio a eventos e celebrações.
Lisiane Rocha Czech
3º lugar – Grande Propriedade – 2024
Lisiane Rocha Czech, de 55 anos, é gestora e proprietária da Fazendinha Sofia, localizada em Teixeira Soares (PR). Desde que assumiu a propriedade em 1992, ela transformou a fazenda de 20 hectares com gado de corte em uma referência na produção de leite.
Hoje, com 182 hectares e 402 cabeças de gado de raça holandesa, a fazenda utiliza tecnologias avançadas de melhoramento genético e gestão sustentável para maximizar a produção e garantir o bem-estar animal.
No campo ambiental, Lisiane implementou o plantio direto, rotação de culturas, manejo integrado de pragas e produção de energia fotovoltaica. A água da chuva será captada e as embalagens de agroquímicos e medicamentos veterinários são devolvidos por meio de logística reversa.
O bem-estar animal é uma prioridade, com instalações que garantem conforto e colaboradores capacitados para o manejo adequado do gado.
No aspecto social, a valorização dos colaboradores é destaque. A fazenda oferece treinamentos, organiza passeios e confraternizações anuais. A comunidade local também é envolvida em ações sociais, com palestras, cursos e apoio a eventos.
Sob a liderança de Lisiane, a Fazendinha Sofia se consolidou como um exemplo de sucesso em gestão sustentável e inovação tecnológica, promovendo práticas que beneficiam o meio ambiente, os colaboradores e a comunidade.
Luíza Oliveira Macedo
1º lugar – Média Propriedade – 2024
Luiza Oliveira Macedo, de 33 anos, é coproprietária da Fazenda Tapera do Baú, localizada em Boa Esperança (MG). Engenheira agrônoma, Luiza retornou à sua cidade natal em 2019 para assumir a liderança da fazenda familiar, enfrentando o desafio de implementar inovações e promover a cafeicultura regenerativa em uma região de fortes tradições.
Especializada na produção de cafés fine cup (bebida caracterizada por sua acidez balanceada, pureza sensorial em sua degustação, corpo médio, finalização suave e uniformidade), além de cafés especiais. A fazenda combina qualidade e rastreabilidade, exportando seus produtos para o mercado internacional.
A sustentabilidade é um pilar na gestão da fazenda, com ampla adoção de práticas ligadas a agricultura regenerativa, uso de biológicos e energia fotovoltaica. A fazenda é certificada pelo programa Certifica Minas, um reconhecimento de sua produção ambientalmente responsável.
Luiza também se destaca pelo compromisso com o desenvolvimento humano e comunitário, promovendo capacitações para seus colaboradores e participando ativamente de iniciativas voltadas ao empoderamento feminino no agronegócio. Sua atuação é marcada pela inclusão, inovação e respeito ao meio ambiente, tornando a Fazenda Tapera do Baú um exemplo de gestão sustentável e socialmente responsável na cafeicultura.
Maria Lucia Ferreira Lavrins Bessa
2º lugar – Média Propriedade – 2024
Maria Lucia Bessa, 60 anos, é a gestora e comodatária da Fazenda São Tomaz, localizada em Rio Verde (GO). Com uma trajetória marcada por desafios, ela transformou a propriedade dedica a produção do leite por meio da adoção de práticas sustentáveis e de inovação.
Autodidata, sempre buscou aprimorar seus conhecimentos para implementar melhorias que combinassem eficiência operacional e responsabilidade socioambiental.
A Fazenda São Tomaz se destaca por sua forte orientação para as práticas ESG (ambientais, sociais e de governança). No âmbito ambiental, a propriedade utiliza pastagem rotacionada, adubação orgânica, reflorestamento de nascentes e energia solar, o que contribui para a preservação da natureza e redução de sua pegada de carbono. Além disso, pratica a rotação de culturas e aproveita recursos hídricos com captação de água da chuva, reforçando o compromisso com a agricultura regenerativa.
No aspecto social, Maria Lucia promove o desenvolvimento de seus colaboradores através de treinamentos, capacitação e programas como o Jovem Aprendiz. Também incentiva a inclusão nas decisões da propriedade, mantendo um ambiente de trabalho colaborativo e engajador.
A fazenda realiza ações sociais voltadas para os funcionários e suas famílias, oferecendo suporte em saúde, educação e bem-estar.
Sua gestão prioriza a qualidade do produto, com foco na produção sustentável de leite para laticínios locais, buscando sempre equilibrar eficiência, inovação e respeito ao meio ambiente.
Caroline Ragagnin Basso Roza
3º lugar – Média Propriedade – 2024
Caroline Ragagnin Basso, de 39 anos, é sócia-proprietária da Agropecuária RB, localizada em Rio Brilhante (MS). Desde jovem, Caroline esteve imersa no agronegócio, sendo filha de agricultores gaúchos que construíram do zero um negócio próspero. A Agropecuária RB abrange cerca de 5.000 hectares de soja e milho, além de 1.200 hectares dedicados à pecuária.
Com forte compromisso com práticas ESG (Ambiental, Social e Governança), a propriedade implementa agricultura regenerativa, plantio direto, rotação de culturas e manejo integrado de pragas, minimizando impactos ambientais. Recentemente, instalaram placas solares. Essas práticas garantem a sustentabilidade e eficiência do solo, além de promover o uso de energia limpa.
No âmbito social, Caroline investe na capacitação de funcionários, valoriza a inclusão e oferece benefícios competitivos. A Agropecuária RB também realiza ações comunitárias, apoiando o Centro de Equoterapia local e promovendo cursos e eventos que fortalecem a comunidade agrícola. O compromisso com a sustentabilidade é parte fundamental da visão de Caroline, que busca integrar produção e preservação ambiental de forma responsável.
Gabi Rodrigues
1º lugar – Pequena Propriedade – 2024
Gabi Rodrigues, 48 anos, é proprietária da fazenda Palmitolândia, localizada em Iporanga (SP). Há quase 20 anos, ela idealizou a Palmitolândia com o objetivo de transformar a forma como o palmito Pupunha é apreciado, consumido e cultivado, promovendo uma agricultura sustentável que integra preservação ambiental, inovação gastronômica e turismo rural.
Em sua propriedade, Gabi aproveita a palmeira que planta do tolete até o talo para desenvolver produtos criativos e inovadores, como cerveja de palmito, biojóias e até brigadeiro de palmito. Com isso, ela já utiliza 70% da palmeira que colhe — sua meta é chegar a 100% — para ampliar o mercado e valorizar a cultura local.
Com 80% de sua área preservada como floresta nativa, a gestora promove a proteção da biodiversidade, em especial do palmito juçara, em conjunto com a produção sustentável de pupunha.
A fazenda adota sistema de energia fotovoltaica, reutiliza a água para irrigação e emprega apenas embalagens biodegradáveis, como papel kraft, bambu e pratos feitos com a própria folha do palmito Pupunha. Além disso, há uma forte valorização do capital humano, oferecendo capacitação contínua e incentivo à formação de lideranças locais.
A fazenda também investe em ações sociais e educacionais, ensinando a sociedade a enxergar o palmito muito além da salada e conscientizando a comunidade local sobre a importância de manter a floresta em pé e desenvolvendo projetos criativos, por meio da produção de papel, vassouras e instrumentos musicais a partir das palmeiras.
Hoje, a Palmitolândia atrai turistas do Brasil e do exterior, que visitam a fazenda em busca de uma sessão de “palmitoterapia”, termo usado na Palmitolândia para expressar a arte de vivenciar o cultivo do palmito e seus banquetes “palmitolísticos”, compostos por mais de 20 pratos à base de pupunha, destacando a união entre agricultura, gastronomia, sustentabilidade e preservação ambiental.
Paula Dias
2º lugar – Pequena Propriedade – 2024
Paula Dias, 53 anos, é de Santa Rita do Sapucaí (MG) e idealizadora e cofundadora da Grandpa Joel’s Coffee. Com vasta experiência no setor agrícola, Paula e seu marido transformaram a propriedade rural da família em um exemplo de inovação e qualidade na produção de café de montanha, mel e baunilha. Desde 2011, o casal tem se dedicado a melhorar cada aspecto de suas operações, desde o manejo sustentável até a comercialização dos produtos.
Hoje cerca de 30% da produção de Paula já é exportada tem qualidade reconhecida internacionalmente, mas a expectativa é que essa porcentagem aumente devido às melhorias que estão sendo aplicadas na nova safra, que resultarão em um aprimoramento dos frutos. Ela também está à frente do marketing, comercialização e RH, além de participar do dia a dia no campo. A inovação é uma constante na propriedade, sendo pioneira no cultivo de baunilha no Sul de Minas e na introdução de práticas como o reflorestamento e a agricultura regenerativa.
O trabalho trouxe frutos, como a primeira exportação de café para o Canadá em 2014, além do desenvolvimento do turismo rural na fazenda, que hoje integra a Rota do Café Especial. O reconhecimento pelos clientes vem da dedicação ao cuidado desde a lavoura até a xícara, com um forte foco em práticas sustentáveis, preservação ambiental e responsabilidade social.
Paula acredita que o futuro do agronegócio está na combinação de qualidade, inovação e respeito ao meio ambiente, com objetivos ambiciosos como a ampliação das exportações e a criação de uma unidade de distribuição nos Estados Unidos.
Simone Sillotti
3º lugar – Pequena Propriedade – 2024
Simone Silotti, de 58 anos, é produtora rural e sócia da Quintal da Coruja, uma hidroponia, inserida à Mata Atlântica, em Mogi das Cruzes (SP). Com 2 hectares, sua propriedade se destaca pela adoção de práticas sustentáveis e inovadoras, sendo um exemplo de como pequenos espaços podem gerar grande impacto.
Através da técnica de hidroponia, Simone cultiva alface, rúcula e agrião com uso eficiente de água, economizando mais de 70% do recurso natural e otimizando o uso de insumos, como fertilizantes.
A responsabilidade social é uma marca forte de sua liderança, refletida no projeto #FaçaumBemINCRÍVEL, que já resgatou mais de 450 toneladas de frutas, verduras e legumes beneficiando 400 mil famílias em situação de vulnerabilidade em 17 municípios paulistas.
Além disso, Simone é co-fundadora e conselheira da Cooperativa Agrícola de Quatinga, fortalecendo pequenos produtores e promovendo o empoderamento feminino no campo.
O comprometimento de Simone com os princípios ESG (Ambiental, Social e Governança) já lhe renderam prêmios e reconhecimentos, como o título de “Lider da Ruralidade” pelo IICA (Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura), o Prêmio Empreendedor Social da Folha de São Paulo, o Prêmio Josué de Castro, entre outros. Simone compõe o Grupo de Trabalho do Ministério de Desenvolvimento Social (MDS) que discute Estratégias para a redução de Perdas e Desperdícios. Ela também é uma das 100 Mulheres da Forbes Agro, integrante do Grupo Forbes Mulheres Agro.
Em 2024, foi convidada a apresentar o projeto #FaçaumBemINCRÍVEL na Costa Rica, sede o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura, no Encontro dos Líderes da Ruralidade de 26 países da América do Sul e Caribe, e na Argentina, no 1º Foro Internacional de Gênero y Ruralidad, destacando seu impacto internacional.
Danielle Pereira Baliza
Vencedora Categoria Ciência e Pesquisa
A mineira Danielle Pereira Baliza, de 41 anos, é pós-doutorada em agronomia/fitotecnia pela Universidade Federal de Lavras (UFLA). Sua tese foi uma das primeiras no Brasil a estudar a temática “sistemas agroflorestais (SAFs) com café”.
Ela também é editora e autora do livro bilíngue “Mulheres dos cafés No Brasil/Women in Coffee in Brazil”, em que foram publicados os dados da primeira pesquisa realizada no Brasil sobre o perfil das cafeicultoras brasileiras, além de descrever as cinco principais regiões brasileiras produtoras de café (MG, ES, PR, BA e RO) e suas singularidades. Até o momento, Danielle publicou 40 artigos científicos em revistas e participou de mais de 10 livros, além de ser autora de mais de 150 resumos e apresentações em congressos.
Seu trabalho visa contribuir para que as mulheres do agronegócio se tornem as protagonistas de suas próprias histórias. No último ano, apenas por meio do projeto “Embaixadoras do IF: a força feminina na transformação do agro”, Danielle impactou mais de 2.500 agricultoras que juntas desenvolveram capacidades de autonomia, participação e afirmação nos processos de desenvolvimento local e no uso sustentável dos recursos naturais.
Desde 2012 ela é professora e pesquisadora efetiva do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais. Em 2021, ela também assumiu como Diretora de Pesquisa e Sustentabilidade na Aliança Internacional das Mulheres do Café – IWCA Brasil.